O Laboratório de Processos Psicossociais do Luto (LAPPSILu) e o Laboratório Universitário sobre o Luto (AMBLu) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) oferecem atendimento psicológico às crianças enlutadas, mediante inscrição prévia. O atendimento é individual, presencial e gratuito.
O serviço psicológico gratuito é destinado às crianças enlutadas com idades entre 7 e 11 anos, que tenham vivido perda por morte há no mínimo três meses. Os atendimentos irão ocorrer no Serviço de Atenção Psicológica (Sapsi), localizado no campus universitário de Florianópolis, no bairro Trindade. As inscrições devem ser feitas pelo link que dá acesso ao formulário https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSdSw9Dvw3w45RKol_fwnUG-x_cGerRedcIDQawABZFnDzH9_w/viewform?usp=pp_url
As crianças precisam chegar acompanhadas da família (pai, mãe, ou ambos, ou responsáveis legais), que também devem assinar um termo de autorização para o atendimento infantil. O primeiro atendimento envolverá a família ou responsáveis legais, e nós próximos, é possível que os acompanhantes aguardem no local até o final do acolhimento ou que realizem seu próprio acolhimento separadamente, visto que podem estar passando pelo mesmo processo de luto.
Como é o tratamento
O acolhimento individual tem a supervisão da professora Ivânia Jann Luna, e é realizado por extensionistas ou estagiários. Os recursos utilizados são lúdicos, por meio de jogos destinados à temática do luto e reconhecimento das emoções, além de outras brincadeiras e desenhos que podem contribuir para que as crianças se expressem. “Os recursos não são fixos, variam com a idade da criança e suas demandas”, explica a professora.
Sobre a criança enlutada
As crianças reagem ao luto de diversas formas, dependendo das especificidades de cada situação de perda. Fatores como a rede de apoio, questões culturais, dinâmica da família e idade, por exemplo, costumam influenciar seus comportamentos. “Elas costumam ser afastadas de questões e conversas sobre a perda como forma de proteção, isso tende a afetar a estabilidade emocional, intensificada por estarem numa fase em que ainda não há uma organização e reconhecimento das emoções, além instigar muitas perguntas sobre a morte e sobre a pessoa que perdeu, as quais os responsáveis podem não estar preparados ou até mesmo confortáveis para responder”, salienta a extensionista Ana Luisa Moroso e a professora Ivânia.
Ela orienta que a família ou pessoas responsáveis por uma criança que está passando pelo processo do luto incluam diálogos abertos sobre a morte e o luto, o que permite que a criança entre em contato com o seu processo e crie resiliência. “Além disso, é essencial que seja oferecido apoio emocional a elas”, ressaltam Ana Luisa Moroso e Ivania, que lembram que há situações em que os adultos passam por luto pela mesma perda, e recomenda-se buscar o acolhimento com as crianças ou outros atendimentos psicológicos. “Em casos em que os adultos estejam passando por esse processo simultaneamente, recomendamos os acolhimentos para adultos, para que sejam apoiados e como forma de psicoeducação e orientação para ajudar as crianças”, complementa.